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Relacionamentos Pessoais na Terceira Idade:

Muitas pessoas tem a ideia formada de que a velhice é uma época de


tristeza e isolamento. Nessa fase da vida o trabalho é uma importante fonte de
contato social, visto que pessoas que se aposentaram mais cedo apresentam
menos contatos sociais das que são aposentadas recentemente. Outro ponto
importante a ser considerado é o fato de que pessoas idosas às vezes saem
menos de casa por apresentarem algumas enfermidades, o que diminui o
contato com amigos, mas o fato de haver poucas amizades comparadas a um
jovem, por exemplo, não significa que a qualidade da amizade seja ruim, na
verdade idosos geralmente possuem um círculo íntimo de confidentes.

Relacionamentos sempre são importantes, ainda mais nessa fase da


vida, quando não apresentam conflitos podem gerar extremo bem estar, e
aumentar a saúde.

Em uma Pesquisa do Conselho Nacional sobre o Envelhecimento


(2002), somente um em cada cinco idosos mencionou a solidão como um
grave problema, e quase nove entre dez atribuíram maior importância à família
e aos amigos. Ou seja, a família desde sempre sendo uma base de segurança,
aconchego e bem estar.

Teorias do Contato Social e Apoio Social:

Segundo a teoria do comboio social a diminuição ou mudança no


contato social nessa fase da vida não compromete o bem estar, pelo fato de
um círculo interno de amigos ser mantido. Idosos preferem andar com pessoas
que os ajudem, deem apoio e proporcionem sentimentos bons.

A teoria da seletividade socioemocional reforça a ideia de que idosos


preferem gastar seu tempo com pessoas que lhe ofereçam bem estar. O livro
apresenta a ideia de que quando o tempo se torna curto, os adultos mais
velhos preferem gasta-lo fazendo atividades prazerosas com pessoas que os
agradem.

Em uma amostra de representação nacional, os idosos tendiam a ver os


amigos com menor frequência, mas a família aproximadamente com a mesma
frequência de antes, isso pode ser explicado pelo fato de idosos apreciarem
utilizar de seu tempo com relacionamentos mais íntimos.

Uma curiosidade a ser destacada é que à medida que envelhecem,


principalmente os homens, dão menos apoio as outras pessoas, mas recebem
mais.

A Importância dos Relacionamentos Sociais:

A perda de um cônjuge, um familiar ou o aparecimento de doenças


podem elevar os níveis de estresse, logo, o apoio emocional torna-se de
essencial importância, trazendo amparo, aliviando esses sentimentos negativos
e melhorando a saúde.

Pessoas isoladas tendem a se sentir solitárias, e a solidão pode acelerar


o declínio físico e cognitivo. Estudos longitudinais envolvendo 28.369 homens
mostraram que os mais isolados estavam 53% mais propensos a morrer de
doenças cardiovasculares, acidentes ou suicídio, do que aqueles que estavam
“ativos” socialmente.

Relacionamentos Conjugais:

Casamentos de Longa Duração:

Casais que estão juntos nessa fase da vida geralmente descrevem sua
relação como satisfatória e com menos problemas de ajustamento. Como é
fácil obter divórcio, casais que mesmo assim decidiram permanecer juntos e
vencer as dificuldades chegaram a uma acomodação mutuamente satisfatória.
Filhos tendem a se tornar fontes de prazer e orgulho, e não de
problemas e conflitos. Vale lembrar que a maneira como o casal sempre se
relacionou contribui fortemente para o andar da relação.

A qualidade do casamento também influencia, pessoas com casamentos


mais tranquilos tendem a apresentar a autoestima mais elevada, e casamentos
com mais desavenças podem causar ansiedade e depressão nos envolvidos.
Os conflitos sempre poderão existir, é algo normal do ser-humano, mas a
capacidade dos casais mais velhos de ajustar suas emoções pode minimizar
as discórdias, ressaltando que os padrões de resolução de brigas tendem a
permanecer constantes.

Pessoas casadas geralmente são mais saudáveis que as solteiras, mas


a relação entre casamento e saúde pode variar para os envolvidos. Enquanto
estar casado pode trazer benefícios para os homens, para as mulheres o que
importa é a qualidade do casamento que está diretamente ligada a sua saúde.

O casamento na terceira idade pode ser testado quando se trata da


idade e doenças. Ter alguém ao seu lado quando se está doente pode
colaborar consideravelmente para saúde seja física ou psicológica, já quando
se é o cuidador isso pode variar, visto que cuidar do parceiro pode causar
nervosismo, preocupação ou até mesmo frustração, podendo piorar ainda mais
quando os mesmos apresentam a saúde abalada, por outro lado também pode
gerar um sentimento de ser “útil”.

Um estudo de mais de 500 mil casais inscritos no Medicare constatou


que quando um dos cônjuges estava hospitalizado, o risco do outro morrer
aumentava (Christakis e Allison, 2006).

Viuvez:
A viuvez é um fato muito marcante na vida de alguém, o baque de
romper com algum vínculo que pode ser de muito tempo leva a uma explosão
de sentimentos. O apoio torna-se essencial.

Aos 65 anos, as mulheres têm probabilidade quase quatro vezes maior


de enviuvar, enquanto homens idosos viúvos têm maior chance de internação
após a morte do cônjuge.

Divórcio e Novo Casamento:

O divórcio na velhice é visto como algo incomum por muitas pessoas,


mas é algo normal, idosos são seres humanos e a partir do momento que algo
não está dando certo ou fazendo mal, os mesmos tem todo o direito de
recomeçar. Não existe uma faixa etária para terminar um relacionamento e até
mesmo começar algo novo.

Homens tendiam a estar mais satisfeitos em novos casamentos na


velhice do que em novos casamentos na meia-idade (Bograd e Spilka, 1996).

Pessoas idosas casadas geralmente não necessitam de tanta ajuda da


comunidade.

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