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Livespand development: mudanças físicas e cognitivas que ocorrem ao longo da vida da pessoa.
Estas mudanças devem ser interpretadas em termos da cultura e do contexto.
o Antes, o conceito de desenvolvimento era, muitas vezes, limitado à infância! Esta nova
perspectiva dá o mesmo nível de importância a mudanças na adultez.
Piaget
o Ideia de uma dimensão do desenvolvimento como um crescimento e um ganho constante de
habilidades, divididas por estágios.
o Desenvolvimento cognitivo ligado ao amadurecimento biológico.
Nos adultos
o A dimensão biológica tem um impacto mais contido e não pode ser um marco
desenvolvimental tão claro como no concebimento até à pré-adolescência.
o Considera-se a importância do impacto cultural e psicossocial (e.g., significado
compartilhado que atribuímos a algumas tarefas).
o A autonomia, a liberdade e o autodomínio são deslocados em detrimento de objetivos de
satisfação imediata.
o O desenvolvimento no adulto não se mede em termos de estágios. Focalizamos apenas o
indivíduo isolado e tentamos descrever aquelas transformações com impacto ontogenético,
transformações relacionadas com o domínio humano.
Nova 3ª Idade
o Começa aos 65 anos, altura da reforma laboral.
o Marco psicossocial recente devido ao aumento da esperança média de vida.
o Estas mudanças têm impacto sobre as expectativas da vida adulta.
o Se se alonga a EMV, as faixas etárias também vão sofrendo modificações:
Há uma maior diluição entre as demarcações que podem depender das experiências
individuais;
Não existem marcos de passagem de uma faixa etária para outra (e.g., antigamente
uma pessoa virava adulta a partir do momento que gerasse filhos);
Multiplicações das etapas de vida em subetapas uma divisão submetida a factores
culturais em detrimento de factores psicológicos e biológicos.
2) Dependência afetiva
O prolongamento da transição para a vida adulta desenvolve uma dependência afetiva. A
desculpa de não encontrar emprego não é totalmente verdadeira pois a decisão de permanecer
na casa dos pais é ditada pelo desejo de não perder vantagens/regalias, mesmo depois de
arranjar emprego.
O prolongamento da dependência é um fator relacionado psicologicamente à forma como o
indivíduo se considera a si próprio e à forma como os adultos o veem.
Modelo de Erikson
O modelo de Erikson está ligado à sua formação psicanalítica.
Sem contestar totalmente a teoria psicossexual freudiana, Erikson aprofunda as implicações sociais e
psicossociais do desenvolvimento. O autor muda o foco da perspectiva freudiana para o problema da
identidade e das crises do Ego, ancorado num contexto sociocultural.
A ideia de que o desenvolvimento não se restringe apenas ao crescimento surge nos anos 50, altura
em que Erikson constrói a sua teoria do desenvolvimento social e psicossocial.
A dada altura, Erikson concentra o focus do desenvolvimento sobre as suas relações sociais, desde as
relações primárias a todas as demais relações que o ser humano consegue sustentar. Portanto, o
desenvolvimento humano está ligado à estrutura relacional. Aliás, o facto de existirem vínculos
permite ao indivíduo ser ele próprio.
Sem colocar em discussão a perspetiva freudiana de etapas, Erikson alargou este conceito a um
continuum que vai do momento de conceção até à morte. Esta ideia de desenvolvimento é pensada
como um ciclo que se desenvolve entre avanços e recuos e é marcado por momentos-chave de crise.
Um aspeto introduzido por Erikson é a crise como conceito necessário para a transição.
Em cada etapa o indivíduo cresce através das exigências internas, desenvolve-se tendo em conta o
contexto. Às novas capacidades correspondem novas exigências.
A cada crise, a personalidade vai se reestruturando e reformulando de acordo com as experiências
vividas, enquanto que o Ego vai se adaptando aos seus sucessos e fracassos.
Em cada etapa dá-se uma transformação: largar algumas conquistas e adquirir novas. Por isso é que
existem períodos de crise. Da resolução positiva de cada crise o Ego fortalece-se.
Generatividade vs. Estagnação – etapa que caracteriza a idade adulta. Nesta fase o indivíduo dedica-
se à geração e ao cuidado com o que gerou, o que é muito visível na transmissão de valores sociais
de pai para filho.
Generatividade: capacidade de contribuir de forma criativa para o desenvolvimento próprio e da
sociedade.
Indicadores de transição
O desenvolvimento de um projeto de vida que se caracteriza pela sua dimensão proactiva, tendo em
conta o contexto social cultural e relacional.
Erikson coloca o aspeto relacional do ser humano como anterior ao indicador de autonomia (e.g., ter
rendimentos). O autor antepõe à estabilidade económica o investimento relacional fundamental,
investir numa relação estável que tenha como objetivo abrir-se a uma nova etapa relacional.
Outro indicador de transição, para Erikson, é a Generatividade vs. Estagnação. Estudos mais recentes
inserem o aspeto biológico da generatividade que é a procriação, mas o autor defende que a
parentalidade não esgota o conceito de parentalidade, este é muito mais carregado de significados
relacionais e não apenas sociais.
Na perspetiva de Erikson a escolha de uma profissão é uma forma de generatividade. Na nossa
cultura identificamos generatividade e satisfação da autorrealização diretamente ligadas à satisfação
económica.
A vida adulta é condicionada pela sistematização da fase de desenvolvimento anterior. Ou seja, cada
um será um adulto bem-sucedido se a sua transição para esta fase for feita de forma positiva, numa
intenção de olhar para o futuro. Alguém que considere apenas o presente (e.g., intenção de alcançar
objetivos diários) não tem uma visão tão abrangente.
O factor da generatividade tende a ser problemático na medida em que a relação intergeracional
tende a ser estagnante indicador de uma família cada vez mais fechada e de uma experiência de
socialização mais tardia (e.g., apenas no contexto escolar), prejudicando o desenvolvimento do
sentido de pertença, a relação com os pais, etc.