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EDUARDO FERREIRA DAWSON - ATM 25

• O que gera, então, a dor no peito? A angina,

Doença arterial coronariana propriamente dita?


o As coronárias correm pelo epicárdio e

estável liberam vasos emergentes que adentram as


camadas mais profundas dos músculos para
suprir adequadamente os mesmos.
EVOLUÇÃO DA DOENÇA CORONARIANA: o A placa diminui o volume de sangue que
chega a essa musculatura e a baixa oferta de
oxigênio gera consequências metabólicas
locais

• Começa com o aumento da placa lipídica dentro


do vaso que, com o aumento constante, gera a
sua ruptura, liberando o núcleo lipídico para o
plasma.
• Em última instância, o que gera a oclusão total
do vaso, é a agregação das plaquetas que tentam
“tapar” o buraco do núcleo lipídico (“fechar o
vulcão ativo”)

o Músculo recorre, então, a glicose anaeróbica


com formação de ácido lático.
Consequências do acúmulo de ácido láctico -
> câimbras, dores.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA:
• Podemos classificar as anginas de diversas
formas, como por exemplo:
o Por sua gravidade
o Se essa angina é desencadeada por doença
coronariana ou não (típica, atípica,
inespecífica)
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• Para podermos fazer essa classificação de modo estresse emocional, ou apenas durante
correto, temos que investigar se: poucas horas após o despertar. A angina
o O nosso paciente desencadeia a angina por ocorre após caminhar dois quarteirões ou
esforço físico ou estresse subir mais de um lance de escadas em
o Se existe alívio em repouso, ou com uso de condições normais.
nitratos o CLASSE III: limitação com atividades
o Se há presença de desconforto retroesternal, habituais. A angina ocorre ao caminhar um
précordial. quarteirão plano ou subir um lance de
• Se o paciente tem esses TRÊS fatores, podemos escada.
dizer que ele tem uma angina TÍPICA. o CLASSE IV: incapacidade de realizar qualquer
• Se o paciente tem apenas DOIS desses fatores atividade habitual sem desconforto – os
supracitados, independente de quais sejam eles, sintomas anginosos podem estar presentes
tem uma angina ATÍPICA. no repouso.
• Já se o paciente apresenta um único fator, ou até
mesmo nenhum deles, estamos diante de uma ESTRATIFICAÇÃO:
angina INESPECÍFICA (dor torácica não associada
a doença coronária/não torácica). • Todo paciente deve ser estratificado quanto ao
grau de isquemia, função ventricular e anatomia
coronariana.
• Testes que avaliam ISQUEMIA “sofrimento do
músculo”: mais baratos e disponíveis.
o TESTE ERGOMÉTRICO
o ECOCARDIOGRAMA REPOUSO/ESTRESSE
o CINTILOGRAFIA
o RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
• Testes que avaliam ANATOMIA: Não avaliam o
• Para determinarmos a gravidade da dor músculo! Investigamos apenas a coronária em si,
torácica/angina do nosso paciente, podemos para avaliar se tem ou não placa. Esses exames
dividi-las em quatro classes. Utilizada por todas são mais caros e menos disponíveis. Solicita-se os
as sociedades de cardiologias do mundo, mas que valiam isquemia antes.
foram criadas pela sociedade canadense de o ANGIOTC CORONÁRIA
cardiologia. o CINEANGIOCORONARIOGRAFIA (CAT).
o CLASSE I: Atividade física habitual, como
caminhar, subir escadas, não provoca
TESTE ERGOMÉTRICO:
angina. Angina ocorre com esforços físicos
prolongados e intensos. • Critérios de alto risco:
o CLASSE II: discreta limitação para atividades o Sintomas em baixas cargas (< 6 MET’s)
habituais. A angina ocorre ao caminhar e o Infradesnivelamento ST > 2mm
subir escadas rapidamente, caminhar em o Supradesnivelamento ST
aclives, caminhar ou subir escadas após o Déficit inotrópico (PA não eleva)
refeições, ou no frio, ou ao vento, ou sob o TV sustentada
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ECOCARDIOGRAMA EM REPOUSO: RNM CARDÍACA:


• Função ventricular
• FE < 40% = alto risco
• Avaliação complicações mecânicas:
o INS. Mitral
o Pseudoaneurisma.

ECOCARDIOGRAMA ESTRESSE:
• Estresse físico ou farmacológico
• Avaliação de alterações segmentares
• Estresse físico => avaliação de isquemia
• Estresse farmacológico (Dobutamina) • Avaliação da isquemia e viabilidade
o Avaliação de isquemia e viabilidade • Avaliação de função e volumes ventriculares
miocárdica. • Diagnóstico de infarto agudo (angio rnm
• Maior sensibilidade e especificidade que os coronária).
testes ergométricos
• Maior especificidade e menor sensibilidade que a TOMOGRAFIA CORONÁRIAS:
cintilografia.
• Avaliação da anatomia coronariana
• Não avalia isquemia
CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA:
• Geralmente indicados quanto outros testes
provocativos são inconclusivos
• Escore de cálcio:
o Em pacientes assintomáticos que tem risco
intermediário pelo Escore de Framingham
para identificação de alto risco ou não
o Ponto de corte: > 100.

• Avaliação da isquemia e viabilidade


• Déficit perfusional > 10% = isquemia significativa
• Boa especificidade e sensibilidade
• Estresse físico ou farmacológico (dipiridamol ou
dobutamina)
• Radiofármacos: tecnécio (isquemia) ou tálio
(isquemia + viabilidade).
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• PACIENTES PODEM FAZER AVC/RUPTURA DE


ANEURISMA/PERFURAÇÃO DE ARTÉRIA ILÍACA
OU FEMORAL. 1% de todos os exames de
CATETERISMO CARDÍACO: cateterismo realizados, cursam com desfecho
desfavorável.

QUAIS SÃO OS PACIENTES DE ALTO RISCO?


• Paciente com qualquer teste de avaliação de
isquemia positiva.
• Disfunção ventricular (FE < 40%)
• Grandes áreas de isquemia em exames de
imagem (> 10% da massa ventricular)
• Defeitos de contratilidade segmentar em mais de
2 segmentos com baixa carga de exercício ou
baixa dose de Dobutamina
• Exame padrão ouro.
QUAL EXAME DEVO PEDIR?
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DROGAS PARA PREVENÇÃO IAM:


• Antiagregantes plaquetários:
o AAS (dose infantil)
o Clopidogrel / Prasugrel / Ticagrelor
• IECA / BRAS:
o DAC + IC (disfunção ventricular)
o DAC + DM
o Controlam remodelamento, estabilização da
placa aterosclerótica.

• Se o paciente está em uma síndrome coronariana


aguda (p. ex. IAM), ele entra diretamente em
outra diretriz, não aqui.
• Angina recente, limitante de evolução rápida, vai
direto para o cateterismo.
• Angina de evolução mais “tranquila” -> avaliação
de isquemia.
o Se isquemia positiva -> cateterismo.
o Se isquemia negativa -> procurar outras
causas, não relacionadas a doenças
coronarianas.

TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO:


• Controle de PA: < 130/80 mmHg
• Hipolipidemiantes:
• Controle de DM: < 120 mg/dL
o Alvo (LDL):
• Parar de fumar
▪ Muito alto risco: < 50
• Dieta
▪ Alto rico: < 70
• Exercício físico.
▪ Risco intermediário: < 100
▪ Baixo risco: < 130
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: o Alternativas:
▪ Fibratos
• Drogas para prevenção de IAM:
▪ Exentimibe.
o Antiagregantes plaquetários
o Hipolipidemiantes – ESTATINAS.
o IECA (apenas se Ins. Cardíaca) DROGAS QUE REDUZEM OS SINTOMAS/ISQUEMIAS:
• Drogas que reduzem sintomas e isquemia:
• Betabloqueadores:
o Betabloqueadores
o Inotropismo e cronotropismo negativo
o Alternativas.
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o Reduzem consumo O2 pelo miocárdio • Ivabradina:


o Frequência cardíaca o Inibidores dos canais I do nó sinusal
o Contratilidade miocárdica o Reduzem FC
o Pós carga (vasodilatação). o Só pode ser usado se ritmo sinusal
o Melhoram a perfusão coronariana por o Nenhum efeito vasodilatador ou inotrópico,
aumentar o tempo de diástole apenas metabólico local – inibe a formação
o Diminuem arritmias de origem isquêmica. de ácido láctico.
o Indicado se mesmo com terapia
betabloqueadora otimizada a FC é > 60 bpm.

• Bloqueadores do cálcio:
o Relaxamento da musculatura lisa vascular
o Reduz pós carga
o Inotrópico negativo
o Diidropiridinicos (anlodipino)
DROGAS QUE REDUZEM MORTALIDADE NA DAC:
▪ Maior efeito periférico
▪ Fraco efeito inotrópico • Antiagregantes plaquetários
o Não diidropiridinicos (diltiazem/verapamil) • Betabloqueadores
▪ Diminui condução AV • Estatinas
▪ Maior efeito miocárdico (inotropismo
• IECA (se IC associada).
neg)
• Ci: betabloqueadores, disfunção VE.
ANGIOPLASTIA OU CRM?
• Nitratos:
o Terceira linha de tratamento
o Alívio agudo dos sintomas (nitrato de curta
duração)
▪ Isossorbida 5mg
▪ Propatilnitrato 10mg
▪ Não reduzem mortalidade
▪ Taquifilaxia.
• Trimetazidina:
o Efeitos metabólicos locais sem nenhum
efeito hemodinâmico
o Trimetazidina (vastarel) 35mg 12/12h

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