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PEDIATRIA
MALARIA
BIGIRIMANA ZEPHERIN
PEDIATRA/ HCN/2017
CONCEITOS EPIDEMIOLOGICOS
Definição de Malária
Doença infecciosa, parasitária, causada pelo
protozoário do género plasmodium transmitida
pelo mosquito do género anopheles.
Em Moçambique as espécies causais são:
P. falciparum (90% das infecções)
P. malariae (9% das infecções)
P. ovale (1% das infecções)
P. vivax
P. Knolwesi
CONCEITOS EPIDEMIOLOGICOS , CONT
Impacto da malária
109 países e territórios em
todo mundo,
350-500 milhões de casos
de malária/ano
Mais de 1 milhão de
mortes/ano
A maioria ocorre em
África e Ásia
PAÍSES COM MALÁRIA ENDÊMICA
(As 4 REGIÕES)
• 35 países são responsáveis por
98% de todas as mortes e
~96% de todos os casos de
malária no mundo.
– 30 são Africanos (incluíndo
Moçambique)
– 5 da Ásia e Pacífico (Índia,
Myanmar, Bangladesh,
Indonesia e Papua Nova
Guiné)
• Muito apoio será necessário a
estes países para alcançarem
os ODM 2010 e 2015.
SITUAÇÃO ACTUAL DA MALÁRIA EM ÁFRICA
• 75% áreas de
transmissão estável
• Cerca de 1 milhão de
mortes /ano
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA EM
MOÇAMBIQUE (1999-2010)
7,000,000 6,000
6,000,000
5,000
5,000,000
4,000
D eaths
4,000,000
C ases
3,000
3,000,000
2,000
2,000,000
1,000
1,000,000
0 0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Reac.
imunologica Hemólise
T (anemia)
citoquinas
FNT,interleucinas 1,6,8 Sequestro Hipovolemia
-Activação roptura Alt electrolitica( Na, k,
leucocitaria-
Citoaderência Fe)
Imunocomplexos Desidratação
- Actv. de Obstução Microvascular Hemoglobinuria
complemento C-
20
-cel B ( IgG,IgM) Anúria
Predisposição a
Infecções O2 Glicose Isquemia
Insf.
Vasculite sem
permeabilidade.
Renal
(Encefalite, Enterites, Pneumonite, Insf. Placentária)
Sem edema
FISIOPATOLOGIA DA MALÁRIA GRAVE
Obstrução microvascular - Resulta em diminuição fluxo
Sequestro (hemaceas parasitadas)
Rosetas (hemaceas parasitadas+não parasitadas)
Toxinas parasitárias
Presença de:
Citoquinas (Razão entre entre citoquinas pro e anti-inflamatórias)
Factor de Necrose Tumoral (TNF)
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (1)
Convulsões
Efeito directo dos parasitas no cérebro (sequestro)
Resultantes de alterações metabólicas (ex: hipoglicémia,
acidose grave, hiponatrémia ou hipóxia).
Temperatura elevada com desencadeador ou exacerbador.
Anemia
Devida à hemólise
Destruição mais rápida de células não parasitadas
Resposta lenta da medula óssea
Agravada se ocorrer hemorragia ou insuficiência renal.
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (3)
Acidose
Resulta da relativa falta de oxigénio (sequestro de eritrócitos).
Agravada pela hipovolémia e anemia grave.
Activação das via aneróbicas com produção de ácido láctico.
Medicamentos contendo salicilatos, usados para a febre,
podem agravar a acidose.
Presenca de septicémia por gram-negativos agrava a acidose.
•Hipoglicémia
•Deficiente produção e libertação da glicose no figado e
aumento da utilização pelas células.
•Aumento do consumo de glicose pelos parasitas em maturacao
•Tratamento com quinino (estímulo produção da insulina).
FISIOPATOLOGIA DE ALGUMAS MANIFESTAÇÕES (4)
Hemoglobinúria
Resulta da hemólise.
Icterícia
Resulta da hemólise
Disfunção hepática.
Shock
Resulta de debito cardiaco inadequado e perfusão tissular
pobre e bacteriémia.
Desordens hemorrágicas
Embora plaquetas baixas, sangramento raro
Resulta de CID.
PRINCIPAIS FACTORES DETERMINANTES
• Condições Climáticas /
Ambientais
• Condições Socio-
económicas
• Presença de Vectores
eficazes
• Fraca Cobertura
Rede sanitária
Medidas de prevenção
• Ciclo doença-pobreza
PADRÕES DE ENDEMICIDADE
Parasitária
Hipoendémica –taxa parasitária <10%
Mesoendémica – taxa parasitária entre 11-50%
Hiperendémica- taxa parasitária >50%
Clínica
Malária não complicada
Malária grave/complicada
AS PRINCIPAIS “NOVIDADES” DA NOVA
POLÍTICA DE TRATAMENTO DA MALÁRIA
Apenas duas linhas de tratamento
1ª linha: Malária não complicada
2ª linha: Malária grave/complicada
Tratamento pré-referência
Supositórios de artesunato
Correlação entre a classificação por “cruzes” e a
densidade parasitária
% de glóbulos
Símbolo Significado Parasitas por μl
vermelhos infectados (gota
(gota espessa)
estendida)
0 (zero) parasitas em 100 campos na
NSE <4 <0.0001%
gota espessa
1-10 parasitas por 100 campos na
+ 4 - 40 0.0001-0.001%
gota espessa
11-100 parasitas por 100 campos na
++ 41 - 400 0.001-0.01%
gota espessa
1-10 parasitas por campo na gota
+++ 401 - 4.000 0.01-0.1%
espessa
11-100 parasitas por campo na gota
++++ 4.001 - 40.000 0.1-1%
espessa
>100 parasitas por campo na gota
+++++ >40.000 > 1%
espessa
EXEMPLOS
TRATAMENTO EM MOÇAMBIQUE
Artemeter e Lumefantrina (AL)
Quinino oral
TRATAMENTO DE SUPORTE
Anti-piréticos Correcção da hipoglicemia
Anti-eméticos Correcção da
desidratação/electrólitos
Anti-
convulsivantes Correcção da anemia
NÚMERO DE COMPRIMIDOS
PESO IDADE
DIA 1 DIA 2 DIA 3
(Kg) (anos)
hora 12 horas 24 horas 36 horas 48 horas 60 horas
0 depois depois depois depois depois
+ 5 - <15 <3 1 1 1 1 1 1
Lumefantrina
15 - <25 3 - <9 2 2 2 2 2 2
(120mg)
25 - <35 9 - < 15 3 3 3 3 3 3
≥35 ≥ 15 4 4 4 4 4 4
PESO IDADE Formulação NÚMERO DE COMPRIMIDOS
(Kg) (anos) AS+AQ (mg)
DIA 1 DIA 2 DIA 3
100 mg/270 mg
≥36 ≥14 100mg/270mg 2 2 2
Peso Idade (anos) Comprimidos (300mg)
< 10 kg <1 ¼
10-15 kg 1-5 ½
Quinino (Oral)
16-25 kg 6-8 ¾
26-35 kg 9 - 12 1
> 35 kg > 12 2
2 - 3 meses 4 – 6 kg 1 ml
Achados
clinicos
e laboratoriais
LEMBRAR SEMPRE QUE:
Não se deve esperar pelo resultado da lâmina para iniciar o
tratamento da malária grave, sobretudo se houver sinais
clínicos óbvios de malária grave.
5 - 8.9 0 - 12 meses 50 1
TRÓPICOS.