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Resumo da Aula.

Por: Gabriela Henriques.

Prof. Érico Caperuto

lis mo de
Meta bo

Lip íd eos
CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS

Os lipídios são formados por carbono, hidrogênio e oxigênio.


Apresentam proporção maior entre H-O do que os carboidratos.

CLASSIFICAÇÃO DE Lipídeos simples


ACORDO COM A Lipídeos compostos
ESTRUTURA QUÍMICA: Lipídeos derivados

FUNÇÕES DOS LIPÍDEOS NO ORGANISMO:

- Função estrutural: quase todas as membranas do nosso organismo são


constituídos de lipídeos.
- Isolante térmico e mecânico para vários órgãos;
- Colesterol: serve de matéria prima para vários hormônios;
- Fornecedor de energia para processos metabólicos;
- Participação nos processos inflamatórios;
- Essencial para o seu próprio metabolismo.

1 - LIPÍDEOS SIMPLES:

TRIACILGLICERÓIS: Principal forma de armazenamento de gordura no


corpo (95%), contém 1 glicerol ligado a 3 ácidos graxos.
O glicerol é um álcool obtido na dieta como parte do triacilglicerol.
O ácido graxo é comporto por C, O, H e um grupo carboxila.

O triacilglicerol varia em comprimento e em grau de saturação como o


H. Pode ser:
- Ácido graxo de cadeia curta: 6C
- Ácido graxo de cadeia média: 6-12C.
- Ácido graxo de cadeia longa: +14C.
ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS:
Não contém ligações entre os carbonos, e as demais ligações são
realizadas por hidrogênio.
Fontes: produtos animais como carnes, gema de ovo, e laticínios.

Observação: a GORDURA HIDROGENADA é aquela que é forçada a ter


mais uma dupla ligação na molécula, mais um hidrogênio. Podendo
assim, ser considerada uma gordura saturada.

ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS:


Contem uma ou mais ligações entre os carbonos. São divididos em:
- Ácidos graxos monoinsaturados: apenas 1 dupla ligação.
Fontes: azeite de oliva, óleo de amendoim.

- Ácidos graxos poli-insaturados: apresentam duas ou mais duplas


ligações.
Fontes: óleo de girassol, soja e milho.

ALTERAÇÃO TÉRMICA DOS ÁCIDOS GRAXOS


GORDURA TRANS - CIS - SATURADA - INSATURADA

A gordura trans é parecida com a gordura saturada, metabolicamente


elas possuem o mesmo efeito maléfico a saúde. Já a gordura CIS é mais
parecida com a insaturada.
As palavras CIS e TRANS estão relacionadas com a configuração
geométrica da molécula e onde está presente o hidrogênio, se tem o H
ou não.

Observação: Os alimentos possuem tanto ácidos graxos saturados


quanto insaturados, o que os identifica como sendo saturados ou
insaturados é o tipo de ácido graxo será predominante nele.
DIGESTÃO DOS LIPÍDEOS

INTESTINO
- No intestino o suco pancreático (bile, lecitinas e bicarbonato) auxilia na
digestão dos lipídeos, eles fazem a emulsificação da gordura. O
emulsificante permite que a molécula de lipídeo fique solúvel.
- 90% do pâncreas produz o suco pancreático especialmente para
podemos digerir as gorduras ingeridas.

LIPASE PANCREÁTICA: ela só age depois que a gordura já tiver sido


emulsificada. Ela quebra o ácido graxo em 2 monogliceróis.
SAIS BILIARES: fazem as micelas o que permite que a gordura seja
captada na luz intestinal e seja absorvida.

- Quando os ácidos graxos entram no enterócito eles entram através de


micelas, e lá dentro são separados, onde os ácidos graxos de cadeia
curta vão para um lado e os de longa vão para outro lado.
- Os ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA E MÉDIA são direcionados para
a veia porta corrente sanguínea.
Os ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA vão para o sistema linfático, que
é chamado de fundo cego, pois a linfa vai e volta no mesmo vaso.
- QUILOMÍCRON: é uma molécula que empacota os ácidos graxos e
carrega eles do intestino até o fígado.
Toda gordura que é ingerida vai parar no fígado, principalmente se o
individuo estiver em repouso.
O fígado então organiza essas gorduras em bolinhas, essas bolinhas são
as lipoproteínas. Duas lipoproteínas famosas são a LDL e a VLDL, que são
montadas de acordo com a quantidade de gordura que o indivíduo
consome.
Essa lipoproteína vai levar a gordura para o tecido adiposo, e nessa
viagem acaba deixando rastros de gordura nas artérias. Quem faz esse
transporte são: LDL e VLDL.
Já o HDL, tem a função de fazer o caminho reverso, ele pega a gordura do
tecido adiposo e as gorduras deixadas nas artérias e leva de volta para o
fígado.

2 - LIPÍDEOS COMPOSTOS

LIPOPROTEÍNAS: são compostas por proteínas + triacilglicerol ou


colesterol. São as principais formas de transporte de gorduras na
corrente sanguínea. Além de transportarem vitaminas lipossolúveis e
células do sistema imunológico.

QUILOMÍCRONS: são as maiores lipoproteínas encontradas no sangue,


contem 85% de triacilglicerol.
- Os lipídeos que deixam o intestino e vão para o sistema linfático, depois
são captadas pelo fígado e enviadas para o tecido adiposo.

LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE (LDL):


Possuem maiores componentes lipídicos e menores componentes
proteicos. É considerado ser o ”Colesterol Ruim”, pois deixam gordura
dentro das artérias podendo promover seu estreitamento.
Está associada a DAC ou DCV.

LIPOPROTEÍNA DE MUITO BAIXA DENSIDADE (VLDL):


Possui 95% de gordura sendo 60% na forma de triacilglicerol.
A VLDL se torna LDL, tão prejudicial quanto.
LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE (HDL):
Possui 50% mais proteína e menos gordura. Faz o transporte reverso de
colesterol.
Exercício físico regular eleva os níveis de HDL.

3 - LIPÍDEOS DERIVADOS

São substancias derivadas dos lipídeos simples e compostos.


COLESTEROL: é produzido pelo fígado, sendo assim não é um nutriente
essencial.
FONTES: alimentos de origem animal, como as carnes vermelhas, gema
de ovo, moluscos, camarão e produtos lácteos.

DINÂMICA DO TECIDO ADIPOSO

AGL
AGL
INSULINA CATECOLAMINAS
AGL
+LLP +LHS

LIPASE HORMÔNIO
LIPASE LIPOPROTEICA
SENSIVEL
TG

Os hormônios contrarreguladores são aqueles que induzem a


mobilização de gorduras, sendo eles: catecolaminas (adrenalina,
noradrenalina e dopamina), glucagon, cortisol e GH.

LIPASE HORMÔNIO SENSÍVEL: é a enzima que quebra o triacilglicerol


no tecido adiposo e manda para ser oxidado.
LIPÍDEOS, PATOLOGIAS E ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS
O tecido adiposo é um tecido vivo, e sua regulação é atraves de
hormônios como a leptina, grelina, adiponectina, resistina, etc. Ele
também secreta citocinas sinalizadoras dos sistema imunológico.
Obs: Uma perda de peso abrupta pode mexer com os hormônios e não
gerar resultados no emagrecimento a longo prazo.

REGULAÇÃO DO APETITE (SNC)


HORMÔNIOS ANOREXÍGENOS: POMC/CART.
HORMÔNIOS OREXÍGENOS: NPY/AGRP.

SACIEDADE

NEORÔNIOS SECUNDÁRIOS DO SNC


MC4R
SACIEDADE

NÚCLEO
AGRP a-MSH
DO
NÚCLEO
TRATO
ARQUEADO
SOLITÁRIO

Ingestão NPY/ POMC/ Ingestão


AGRP CART alimentar
alimentar
Nervo va

HIPOTÁLAMO
go

CCK

GHRELINA LEPTINA/ TRATO GASTROINTESTINAL


PYY
INSULINA
POMC/CART → promove a síntese do hormônio alfa melanócito
estimulador (a-MSH).
O a-MSH se liga ao receptor melacortina MC4R e induz a redução da
ingestão alimentar.
Os hormônios leptina e insulina estimulam os neuropeptídeos
anorexígenos (POMC/CART) que vão promover a síntese do a-MSH, e assim
induzir a saciedade. Em contrapartida são antagonistas dos hormônios
anorexígenos (NPY/AGRP).
O PYY inibe o apetite através da habilidade de reduzir a secreção de NPY
no núcleo arqueado.
A colecistoquinina (CCK) ativa os neuropeptídeo anorexígeno POMC no
núcleo do trato solitário, e o MC4R é requerido para inibição da ingesta
alimentar.

NPY/AGRP → são os neuropeptídeos orexígenos que estimulam o apetite.


Neuropeptídeo Y (NPY) e a proteína relacionada Agouti (AGRP).
A proteína AGRP antagoniza os receptores MC4R, e assim antagoniza os
efeitos anorexígenos do hormônio estimulador de malanócitos (a-MSH).
A grelina é um hormônio orexígeno que sinaliza a ingestão alimentar, seus
níveis ficam elevados durante o período de jejum, e no período pós
prandial se reduzem rapidamente.

PATOLOGIAS RELACIONADAS AOS LIPÍDEOS


- Obesidade
- DAC - doença arterial coronariana
- HAS – Hipertensão arterial sistêmica
- Resistência periférica a Insulina
- Aterosclerose
- Problemas articulares
- Síndrome X
- Problemas psicológicos
ATEROSCLEROSE
Excesso de colesterol no sangue que leva o seu depósito nas artérias.
É promovido principalmente por uma lesão na parede do vasos,
ocasionada por pressão alta.

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS

São os ácidos graxos que nosso corpo não tem capacidade de produzir.
Sendo eles: ácido linolênico (w3), ácido linoléico (w6) e ácido
araquidônico (w6).

Linolênico (w3): DHA e EPA fontes: atum, sardinha, arenque, cavala;


Linolêico (w6): GLA, AA – prostaglandinas – óleos
vegetais.

Produzem os eicosanóides – moléculas de sinalização.

PROSTAGLANDINAS:
- São produzidas a partir de ácido linoleico e araquidônico
-Regulam a produção de AMPc e portanto são consideradas hormônios.
- Fazem parte da produção de Fosfolipase A2 – prostaglandinas,
tromboxanos e prostaciclinas: coagulação, agregação plaquetária,
contração ou dilatação dos vasos, metabolismo de colesterol.
- Importantes no processo de inflamação.

GORDURA NA DIETA

↑ Gordura saturada: ↑DAC


↑ÔMEGA 3 (AG poli): ↓DAC
Os ácidos graxos essenciais são importantes para manutenção e
integridade da membrana celular, crescimento e reprodução, participam
dos processos inflamatórios, ajudam na regulação do processo de
transporte de lipídeos, etc.
RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE GORDURAS

< 30% ingestão total de calorias.


70% - 80% ácidos graxos insaturados ( divididos entre mono e
poliinsaturados).

Colesterol: Associação Americana de Cardiologia: máx 300 mg /dia


limitando a ingestão 100 mg / dia por 1.000 Calorias;

OBS: Atenção pois as fontes de saturadas e colesterol são as mesmas.

OXIDAÇÃO DOS LIPÍDEOS


- Mobilização e oxidação;
- Mobilização promovida pelos hormônios;
- Oxidação somente mediante demanda;
- Estado alimentar;
- Intensidade do exercício;
- Estado de treinamento;
- Ingestão de gorduras;
- Outras substâncias.

A mobilização dos AG promovida pelos hormônio (catecolaminas) pode


ser decorrente de um estresse ou um susto, e isso ocorrendo no dia a dia
é muito prejudicial, pois estimula as placas de ateroma e outras
patologias.

UTILIZAÇÃO DE LIPÍDEOS

REPOUSO: o principal combustível utilizado é o lipídeo.

EXERCÍCIO: o combustível para o exercício vai ser de acordo com a


intensidade do exercício. Se for de intensidade baixa a moderada, a fonte
energetica predominante são os lipídeos.
Durante o exercício o organismo estará secretando adrenalina, e ela vai
estimular a liberação da enzima lipase hormônio sensível que vai
mobilizar os triacilgliceróis no tecido adiposo, quebrá-los em AG, que
serão ligados a albumina plasmática e levados para o tecido muscular
para serem oxidados e gerar energia.

No exercício leve (25%VO2máx) a fonte energética fica em torno de 20%


Carboidratos e 80% gorduras. Quando aumentamos a intensidade do
exercício para até 65% VO2máx, as fontes energéticas se igualam
havendo utilização de 50% carboidratos e 50% lipídeos.
Levando em consideração que no exercício mais intenso o gasto
energético será maior, é aconselhável fazer o exercício mais intenso, pois
mesmo sendo igualados os percentuais de fontes de energia, o gasto
calórico total será maior. Então que tiver condições físicas para realizar o
exercício de forma mais intensa pode realiza-lo.
OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS

1. Lipólise do tecido adiposo;


2. Circulação de AGL;
3. Captação pelo músculo esquelético;
4. Transporte através da membrana mitocondrial;
5. Capacidade de oxidação.

RELAÇÃO ALBUMINA / AGL

- Concentração sanguínea
Albumina = 6 mM → 8 sítios ligantes para AGL
AGL = 0,2 a 1,0 mM

- Razão Albumina / AGL


◼ Repouso = 1:2
◼ Exercício = 1:6

A concentração sanguínea de albumina é de 6mM, e essa albumina que


faz o transporte de AGL é produzida endogenamente.
A razão albumina/AGL em repouso é de 1:2 ou seja, uma albumina
transporta 2 AGL e durante o exercício é de 1:6, então ela uma albumina
transporta 6 AGL.
ADAPTAÇÕES AO TREINO/EXERCÍCIO

As primeiras adaptações do organismo ao treinamento são boas,


porém, com o tempo vai dificultando, pois o organismo se adapta muito
fácil ao treino e a dieta.
No início a musculatura começa a sinalizar (através dos hormônios) para
a gordura sair do tecido adiposo e ir para o músculo ser utilizada como
fonte de energia. Após um tempo o muculo se adapta, e como nosso
organismo é muito inteligente, ele começa a armazenar um pouco de
gordura no músculo, ao lado da mitocôndria, assim terá um reserva de
energia de fácil disponibilização quando precisar.
A maior parte dos lipídeos são armazenados no tecido adiposo é claro,
porém, será armazenado um pouco no músculo, sendo chamada de
triacilglicerol intramuscular.

FORNECIMENTO DE AGL PARA O MÚSCULO


O ácido graxo livre será transportado através da albumina até a célula
muscular, dentro do musculo ele será convertido em Acil-CoA, pela
enzima acil-CoA sintase.
A enzima Carnitina Palmitoil Transferase vai colocar o acil-Coa dentro da
mitocondria. Vai ocorrer a B-oxidação e vai gerar o acetil-Coa.
O acetil-Coa vai entrar no ciclo de krebs e gerar energia.
Observação: A CPT faz o transporte do AG para dentro da mitocondria e
depois volta para fazer mais transporte. Ela é cíclica.

UTILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS

FATORES QUE LIMITAM A UTILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS


O fluxo de AG no sangue, a densidade capilar, a membrana celular,
enzimas do ciclo krebs, etc.

EFEITO DO TREINAMENTO SOBRE OS LIPÍDIOS:

- indivíduos treinados utilizam mais gordura do que os sedentários;


- treinamento aumenta a sensibilidade das células adiposas à adrenalina ,
facilitando a liberação de AGL para o sangue;
- treinamento torna as células musculares mais eficientes na absorção
dos AGL

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